Escolas públicas na Bahia são orientadas a proibir o uso das “Pulseiras do sexo”
O uso das pulseirinhas do sexo é apontado pela polícia como motivador do assassinato de duas adolescentes em Manaus (AM) e do estupro de outra em Londrina (PR). Em função desses casos de violência, a Secretaria da Educação da Bahia orientou todas as escolas do estado a proibir o uso das pulseirinhas, segundo informou a assessoria de comunicação do órgão. Já na rede particular, segundo o presidente do sindicato das instituições de ensino da Bahia, Natálio Dantas, na próxima semana será feita uma reunião para discutir a orientação sobre o uso do acessório.
Medo
Assustados com a violência envolvendo o uso das pulseiras, muitos pais já proibiram as filhas de usar os acessórios. Foi o caso da estudante B.C., 14, moradora de Luís Anselmo. “Meus pais não me deixaram mais usar, porque estão com medo de acontecer alguma coisa comigo”, conta a menina, que, para não deixar de fazer parte do grupo, camufla as pulseiras do sexo entre outras feitas com materiais diversos.
Não são apenas as meninas que usam as pulseirinhas. O estudante I.A., 16, residente no Cabula, conta que só usa a pulseira por moda. “Nunca ninguém quebrou ou quebrei de outra pessoa. Só uso porque está na moda”. O mesmo não acontece com o estudante G.D., 17, do Colégio Central. “Lasco um monte de pulseira das meninas e faço elas pagarem a prenda. Já consegui quebrar umas cinco pretas e ganhei o prêmio”, contou o adolescente, que mora na Liberdade e cursa o 2º ano.
Evolução
Foi-se o tempo em que a brincadeira de criança era aquela da salada mista, onde o ponto máximo era um selinho na boca. Nos pátios dos colégios de Salvador, os grupos de adolescentes são reconhecidos pelo uso das pulseirinhas. “Quem não usa está fora do grupo”, conta a estudante A.L., 15, que cursa o ensino médio no Colégio Estadual Manoel Devoto.
Com a repercussão dos casos de agressão pelo país, as pulseirinhas lisas não são mais encontradas com facilidade. No Centro, apenas um vendedor ambulante comercializa o produto (R$ 0,10/cada). Agora, os adolescentes passaram a usar os objetos em forma de espiral (R$ 0,50/cada). “Quando pararam de vender a lisa, comprei essa em espiral e uso na mesma intenção”, revela a estudante S.G., 14 anos, também do Colégio Manoel Devoto.
A estudante revela que começou a usar as pulseiras por medo de ser excluída do grupo. “Não deixo quebrarem as minhas [pretas]. Se algum menino vier me atacar, bato nele. Uso só pela brincadeira do grupo. Devo ter umas 50”.
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VERDE - Sexo oral feito pelo menino
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LISTRADA - Sexo onde a menina fica deitada de barriga para cima
GRENÁ - Sexo anal sem lubrificantes
TRANSPARENTE - Sexo com parentes consanguíneos
MARROM - Sexo escatológico
Assassinatos e estupro pelo Brasil
Pelo menos duas mortes e um estupro de adolescentes, respectivamente em Manaus e Londrina, estão relacionados com o uso das pulseirinhas do sexo. De acordo com a polícia de Manaus, uma das jovens, de 14 anos, foi encontrada morta, no dia 3 deste mês, em um quarto de hotel, localizado no bairro Morro da Liberdade. Junto ao corpo, a perícia localizou seis pulseiras, que foram supostamente arrebentadas pelo autor do crime.
Outra possível vítima das pulseiras coloridas, em Manaus, foi uma adolescente de 13 anos. A jovem foi esfaqueada na noite de Sexta-feira Santa no bairro Valparaíso. Ao lado do corpo da menor, foram encontradas duas pulseiras arrebentadas.
Em março, uma adolescente de 13 anos foi estuprada por pelo menos três rapazes em Londrina (PR). Segundo a polícia paranaense, um dos agressores teria 18 anos, e os demais seriam menores. Os três casos estão em investigação para identificar a autoria e confirmar se são relacionados com o uso das pulseirinhas. Diante dos casos, o juiz da Vara da Infância e Juventude de Londrina, Ademir Ribeiro Richter, proibiu a venda das pulseiras na cidade.
Outra cidade do Sul do país que suspendeu a venda no comércio e uso nas escolas foi Navegantes (SC). Em Salvador, segundo a delegada Laura Argolo, titular da Delegacia Especializada para a Repressão de Crimes contra a Criança e o Adolescente (Derca), não houve nenhum registro de casos de violência envolvendo o uso das pulseirinhas do sexo.
Fonte: Correio da Bahia
Comentários
Não sabemos o que está na mente das pessoas ao nosso redor; muitos adolescentes e até adultos usam essas pulseirinhas por questão de moda, ou como eu, que estava usando a pulseirinha em forma de espiral para prender meu cabelo e nem sabia que também é considerada como pulseira do sexo. Deixava sempre uma marronzinha no meu braço e quando sentia calor prendia o cabelo. Não faço mais isso, posso até continuar prendendo meu cabelo com ela, mas vou deixa-la na minha bolsa ou em algum bolso da minha roupa.
Como disse, nós não sabemos a intenção de quem nos cerca, por isso a melhor coisa a fazer é evitar.
Vivemos dias maus, a violência aumenta a cada dia e não basta apenas pedirmos para Deus nos proteger, precisamos vigiar.
Se eu fui avisada que na minha frente existe um penhasco e mesmo assim eu prosseguir e cair nele, Deus é culpado? Eu posso questionar o porque Dele não ter me livrado? Eu acho que não.
Uma coisa é receber o livramento de Deus por estar inocente ou por de repente enfrentar uma circunstância inesperada e outra é saber que poderia acontecer algo de ruim comigo se inssistisse em fazer determinada coisa e mesmo assim eu fazê-la. Vamos ficar alerta!
Forte abraço!