Terremoto no Haiti
…e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores. (Mateus 24: 7,8)
Um forte terremoto abalou o Haiti na terça-feira (13), destruindo prédios e matando um número ainda incerto de pessoas, em um dos países mais pobres do mundo. Sem levantamentos oficiais e em meio a um colapso nas comunicações, fontes médicas e humanitárias preparam-se para a possibilidade de haver milhares de mortos, incluindo estrangeiros de diversas nacionalidades que fazem parte da força de paz das Nações Unidas, liderada há cinco anos pelo Brasil. Diversos países e entidades internacionais mobilizam-se para ajudar o país.
Prédios importantes como o palácio presidencial e a sede da missão da Organização das Nações Unidas (ONU) não resistiram e sofreram sérios danos. Há relatos de casas que caíram de barrancos e de um hotel de luxo que teria desabado, soterrando 200 pessoas. Repórteres e testemunhas relatam grande destruição e cenas sangrentas na capital, Porto Príncipe.
O terremoto de magnitude 7 aconteceu às 16h53 (19h53 em Brasília), a cerca de 16 km da capital haitiana, sendo considerado o mais forte no país em 200 anos.
As comunicações foram em grande parte interrompidas, tornando impossível obter um quadro completo sobre os danos, enquanto vários tremores que se seguiram ao grande sismo continuaram a assustar a população do país, onde muitas construções são precárias. A eletricidade foi cortada em alguns lugares.
O Haiti é o país mais pobre do Ocidente. O Brasil comanda cerca de 7.000 soldados da força de paz da ONU (Minustah) no Haiti, enviada ao país em 2004, e tem cerca de 1.300 homens na região. O Ministério da Defesa informou, por meio de nota, que houve "danos materiais" em instalações usadas por brasileiros, mas não citou vítimas.
O subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, Alain Le Roy, disse em um comunicado divulgado em Nova York que a sede da missão sofreu graves danos, juntamente com outras instalações das Nações Unidas e que um grande número de pessoas que trabalham para a organização continuava desaparecido.
A imprensa estatal chinesa informou que pelo menos oito soldados chineses foram soterrados, e que outros dez estão desaparecidos.
Jornalistas da agência Associated Press descrevem danos graves e generalizados pelas ruas, onde sangue e corpos podem ser vistos. Segundo a agência, dezenas de milhares de pessoas estão desabrigadas.
Muitas pessoas gravemente feridas se sentam nas ruas, à espera de ajuda médica vária horas depois do terremoto. Em praças públicas, milhares de pessoas cantam hinos e se dão as mãos.
Os embaixadores do Haiti no México e nos Estados Unidos informaram que o presidente René Préval está vivo, apesar do colapso do palácio presidencial.
"A situação é muito grave", especialmente nos bairros mais populares, disse Manuel durante uma entrevista coletiva de no Ministério das Relações Exteriores do México, após conversar com o vice-chanceler mexicano, Salvador Beltrán.
O embaixador haitiano nos EUA, Raymond Alcide Joseph, demonstrou preocupação com os efeitos do terremoto, a partir dos danos a prédios governamentais.
"Se esses prédios estão danificados, você pode imaginar o que aconteceu com todas aquelas frágeis residências ao redor de Porto príncipe, nas encostas dos morros?", perguntou.
Ele lembrou seu desânimo crescente com a construção de barracos não regulamentados nas encostas dos morros, e como ele tinha escrito um artigo há alguns anos, dizendo que isso era uma "catástrofe".
Um funcionário do governo americano relatou ter visto casas que tinham caído em um barranco.
Um cinegrafista da agência Associated Press viu um hospital destruído em Petionville, perto da capital, bairro que abriga muitos diplomatas e haitianos ricos, assim como muitas pessoas pobres.
Em uma das primeiras informações disponíveis com número estimado de vítimas, o secretário francês para a Cooperação, Alain Joyandet, disse, em Paris, que cerca de 200 pessoas estariam sob os escombros do hotel Le Montana, um dos mais luxuosos de Porto Príncipe.
Com os telefones sem serviço, algumas das comunicações são feitas por meio de redes sociais na internet, como o Twitter. Richard Morse, um músico bem conhecido que gerencia o famoso Olafson Hotel, manteve um fluxo de relatos sobre as réplicas do tremor e os relatórios de danos.
A maior parte dos nove milhões de haitianos vive em profunda pobreza, e, após anos de instabilidade política, o país não tem normas reais de construção. Em novembro de 2008, após o colapso de uma escola em Petionville, o prefeito de Porto príncipe estimou que cerca de 60% por cento dos edifícios eram construídos de forma precária.
O terremoto foi sentido na vizinha República Dominicana, que compartilha a fronteira com o Haiti, na ilha de Hispaniola, e deixou em pânico moradores da capital, Santo Domingo, muitos dos quais fugiram de suas casas. Mas nenhum dano maior foi relatado.
No leste de Cuba, casas balançaram, mas também não houve relatos de danos significativos.
Eu tenho amigos que estão no Haiti e ainda não tive noticias, peço para que Deus tenha misericóridia deles e de todas as pessoas que moram lá. É momento de orarmos por todos eles.
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