Governo do Haiti teme surto de violência

0,,15868035-FMM,00 O secretário de Segurança Pública do Haiti, Aramick Louis, disse nesta sexta-feira (15) que grupos armados estão tomando as ruas de Porto Príncipe e que o governo teme um surto de violência. Milhares de pessoas se encontram desabrigadas, sem água e sem comida desde a última terça-feira (12), quando um forte terremoto devastou parte do país. As autoridades já falam de 140 mil vítimas, das quais 40 mil já foram enterradas, a maioria em valas comuns.

Antes do terremoto a insegurança já era um dos principais problemas enfrentados pelo Haiti. O país tem um histórico de instabilidade política e convulsão social. Tanto que a pacificação do país era um dos principais objetivos da Minustah, a missão de paz da ONU comandada pelo Brasil. Ao desembarcar no Rio de Janeiro nesta sexta, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que o Brasil está enviando balas de borracha ao país caribenho, já se preparando para eventuais revoltas populares.

Haiti%20-%20published%20Sept-%202006 Três dias após o terremoto, que pôs abaixo metade dos edifícios em Porto Príncipe, segundo a ONU, a população segue acampada pelas ruas da capital, dividindo o espaço com milhares de corpos. O odor já é sentido e teme-se a disseminação de doenças à medida que os cadáveres apodrecem.

Também falta água, comida e energia. Os poucos hospitais que restaram estão saturados e mesmo o grande volume de ajuda internacional que chega ao país ainda não é suficiente para dar o auxilio necessário às vítimas. Daí o temor de um surto de violência.

Saques às equipes de ajuda

Delfín Antonio Rodríguez, chefe de operações da Defesa Civil dominicana, disse à agência Efe que até mesmo os caminhões das missões de ajuda estão sendo saqueados.

O maior problema é a insegurança. Ontem (quinta-feira) queriam sequestrar alguns de nossos caminhões, hoje quase não conseguimos trabalhar pelo mesmo motivo em algumas áreas. Há saques e pessoas armadas porque este país é muito pobre e as pessoas estão desesperadas.

Rodríguez explicou que os centros médicos estão destruídos ou em colapso e que a cidade precisa de um grande hospital de campanha para atender o enorme número de feridos, mas que na situação atual é impossível.

Na tarde desta sexta, a rede de televisão CNN en Español mostrava imagens estarrecedoras de caminhões transportando centenas de corpos e descarregando os mortos em valas comuns, sem nenhuma identificação ou contagem. Os números são controverso e não há consenso nem mesmo entre as autoridades.

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Fonte: R7

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